30/03/2018

Os 5 tipos de agentes da CIA

O vocabulário faz parte do arsenal de técnicas da CIA para obscurecer suas operações. Hoje vou examinar como a CIA denomina seus funcionários. Há duas categorias básicas: as pessoas que são consideradas funcionários da CIA - os agentes - e os que são recrutados pela CIA, porém não têm vínculo oficial - os colaboradores.

Entrando na CIA

O funcionário da CIA é um cidadão dos EUA que é recrutado para a agência, ou que envia seu currículo para ela. Os recrutados são pessoas que se destacam de alguma forma e que a CIA, discretamente, entra em contato. Pode ser um estudante brilhante na faculdade, ou um soldado que possua alguma qualidade que a CIA está buscando, ou um funcionário de outra agência que a CIA queira recrutar. Também tem quem simplesmente manda o currículo pra lá e é chamado.

O processo de seleção da CIA é duro, de acordo com várias descrições, mas varia de acordo com a função que a pessoa vai exercer. Em geral, o indivíduo se submete à uma extensa análise de sua história, da história da sua família e de suas características pessoais. Hoje em dia, todos têm que passar por um exame no polígrafo, mas nem sempre foi assim. Antes, apenas alguns casos exigiam o polígrafo. Além disso, alguns recrutas passam por um teste por escrito.

Teste do polígrafo. Fonte: Wikimedia commons.
O funcionário que administra o teste pergunta de tudo: sobre a vida sexual, sobre crimes e delitos, história da família, vícios, etc. Uma das perguntas mais importantes, no entanto, é do contato com agentes estrangeiros. É essa pergunta que tenta descobrir se a CIA não está recrutando um espião para dentro da agência. Depois de passar pela análise do histórico e pelo polígrafo, se o recruta for para o serviço clandestino, ele vai para a Farm (Fazenda), o apelido da base de Camp Peary, da Marinha dos EUA. Lá, ele passa por um extenso treinamento e aprende desde métodos pra mandar mensagens secretas e como colocar uma escuta numa sala até como atirar e lidar com explosivos. A parte do treinamento no Camp Peary é mostrada no filme O Recruta, que eu mencionei no artigo Filmadoras e Armas, parte 2.

Funcionários da CIA

Após entrar na agência, o funcionário pode seguir várias carreiras:

Analista: este é o funcionário "de escritório" da CIA. Ele fica numa estação estrangeira ou no quartel general da CIA em Langley, Virgínia. Sua função é processar todas as informações sobre um assunto específico, "política do Brasil", por exemplo. As informações vêm de várias fontes e são chamadas de "inteligência crua". Pode ser desde uma matéria de jornal, uma entrevista ou um discurso, até mensagens interceptadas pela NSA ou uma conversa gravada por uma escuta. O analista pega essas informações e transforma num relatório, que vai pro seu cliente, que pode ser outro funcionário da CIA, um militar, um político, etc. Há vários ex-analistas que se tornam figuras públicas após se desligar da agência, como Paul Pillar e Ray McGovern.

Durante sua estadia na CIA, no entanto, esse funcionário nega que é funcionário de lá, até para parentes e amigos próximos. Há várias coberturas e uma das mais usadas é dizer que é funcionário do Departamento de Estado.

Quartel general da CIA em Langley, Virgínia. Foto: Wikimedia commons.
Agente de campo: esta pessoa passou pelo treinamento na Fazenda e aprendeu a operar clandestinamente. Ela é o mais próximo do que imaginamos quando pensamos num "agente secreto da CIA". Sabe se disfarçar, passar mensagens secretas, se infiltrar em prédios para colocar escutas, fazer contatos clandestinos, etc. Atua no exterior, normalmente sob proteção da Embaixada. Ou seja, utiliza credenciais oficiais do governo e é conhecido por um pequeno número de funcionários da Embaixada (às vezes, apenas o Embaixador). Se apresenta como "Adido da Embaixada", por exemplo. Seu superior no país é chamado de Chefe de Estação (Chief of Station, CoS, em inglês), que também é funcionário da CIA. A identidade do CoS também é secreta, obviamente. Recentemente houve um pequeno escândalo no Brasil quando a Embaixada revelou o nome do Chefe de Estação da CIA no Brasil.

Agente de campo não-oficial: este também passou pelo treinamento. Porém, ele vai para seu posto sem cobertura oficial. Ou seja, a missão oficial dos EUA desconhece sua identidade, quem paga seu salário é uma empresa de fachada e caso ele seja pego, o governo dos EUA negará que ele é seu agente. Também é conhecido pela sigla NOC (Non-Official Cover, Cobertura Não-Oficial). Valerie Plame Wilson era uma NOC da CIA que teve sua identidade revelada em 2003. Ela era a esposa de Joseph Wilson, um ex-embaixador que foi à Nigéria em 2002 para investigar se Saddam Hussein havia tentado comprar toneladas de urânio. Ele não encontrou provas disso e escreveu um relatório, que chegou até o escritório do então Vice-Presidente Dick Cheney. A Casa Branca não ficou feliz com os resultados, pois queria arranjar uma desculpa para atacar Saddam. Em retaliação, além de desacreditar o relatório, o Chefe de Gabinete de Cheney, Lewis "Scooter" Libby, vazou a identidade de Plame para a imprensa, pondo sua vida em risco e impossibilitando-a de continuar trabalhando. Esta história é contada no ótimo filme Jogo de Poder. Libby foi condenado a 30 meses de prisão em março de 2007, mas teve sua sentença modificada pelo então Presidente Bush, antes de ser preso.

Oficial: estes são os funcionários da CIA que possuem um cargo de supervisão ou de diretoria. Os do mais alto escalão (Diretores e Vice-Diretores) não são mais agentes secretos, já que seus nomes são divulgados para o público. Ou seja, são oficialmente reconhecidos pelo governo como funcionários da CIA. Normalmente têm carreiras extensas, de 20, 30 anos, dentro da CIA ou de outras agências estratégicas. Michael Hayden, por exemplo, entrou no serviço militar em 1969, fez carreira na inteligência da Força Aérea, depois foi diretor da National Security Agency entre 1999 e 2005 e terminou sua carreira no governo como Diretor da CIA entre 2006 e 2009.

Colaboradores da CIA

Esta é a categoria mais nebulosa de agentes. São as pessoas que têm a ligação mais "tênue" com a CIA. Em geral são estas pessoas que cometem mais crimes e irregularidades. Em inglês, a palavra que eles usam é asset, que quer dizer "bem" ou "recurso", um eufemismo que visa confundir quem investiga a agência. Quando alguém descobre um desses colaboradores e diz que "o agente da CIA X fez tal coisa", a CIA imediatamente pode negar que o indivíduo é um "agente". Aliás, mesmo se utilizarmos a linguagem correta, a CIA pode negar, apostando que nenhum documento que a conecte ao colaborador vai ser encontrado.

O colaborador é qualquer pessoa que tenha um mínimo compromisso com a CIA. Por exemplo, um jornalista de um jornal dentro dos EUA pode ser um colaborador. Carl Bernstein, o jornalista parceiro de Bob Woodward durante o escândalo Watergate, escreveu um extenso artigo, que foi capa da Rolling Stone, sobre a Operação Mockingbird. Nessa operação, a CIA recrutou ou plantou jornalistas dentro das principais redações dos EUA. Além de ficar de olho nos colegas e relatar à CIA quando algum deles se aproximasse de algo que a CIA queria manter em segredo, muitas vezes esses colaboradores eram os responsáveis por cobrir a CIA. Ou seja, conseguiam controlar muito bem que informação saía para a imprensa.

Outra operação que recrutou colaboradores foi a Operação ZRRIFLE, que recrutou ladrões e assassinos para colaborar com a CIA, a partir dos anos 60. A operação veio à tona durante as investigações da CPI que ficou conhecida como Church Committee. Essa operação, sobre a qual temos pouquíssimas informações, é a principal evidência de que a CIA possuía um arsenal de assassinos à sua disposição. Pouco tempo depois, o presidente Gerald Ford assinou uma Ordem Executiva que proibiu a CIA de conduzir assassinatos, porém alguns argumentam que esta ordem não vale mais nada, já que a CIA atualmente comanda um programa de drones capaz de matar pessoas do outro lado do mundo.

Durante os anos 80, em resposta à Revolução Sandinista na Nicarágua, que derrubou o ditador Anastasio Somoza, a CIA recrutou ex-membros do regime do ditador para tentar retomar o poder. O exército formado pela agência ficou conhecido como Contras. A enorme operação clandestina teve vários capítulos, que valem um artigo dedicado só a ela. Mas resumindo, a operação inicialmente foi autorizada pelo Congresso, que voltou atrás após os Contras minarem um porto na Nicarágua e causarem um incidente internacional. Eles aprovaram uma lei conhecida como Emenda Boland, que proibia o financiamento dos Contras. A Administração Reagan, à revelia do Congresso, buscou fundos com outros países, como a Arábia Saudita, além de fechar os olhos para o tráfico de cocaína por parte dos líderes Contras. Com o dinheiro do tráfico, estes comandantes financiavam o treinamento e armamento do exército Contra.

A operação sofreu um forte golpe em 1986, quando os sandinistas derrubaram um avião de transporte C-123. O piloto era estadunidense e eventualmente admitiu que trabalhava para a CIA. O Congresso dos EUA abriu uma enorme investigação que se desdobrou em vários comitês e expôs muita informação sobre como a CIA conduzia seus negócios. Foram revelados diversos colaboradores, desde o dono de um rancho da Costa Rica que deixou a CIA construir um alojamento para treinar soldados, passando por membros do alto escalão de Honduras, Panamá, Guatemala, que sabiam que havia um exército paramilitar operando em seu território mas que ficaram quietos em troca de maletas de dinheiro, até os traficantes de cocaína que doaram milhões para a "causa" dos Contras e os pilotos que transportavam armas, dinheiro e drogas para todos os lados. Todos esses colaboradores, apesar de não terem um vínculo "oficial" com a CIA, gozavam de muitos benefícios, incluindo a proteção da agência contra quem quer que tentasse interferir com seus planos.

03/03/2018

11 de setembro, a grande farsa


Os aviões não derrubaram as Torres Gêmeas em 11 de setembro de 2001.

Não se encontraram grandes destroços. As torres foram reduzidas de arranha-céus de mais de 110 andares a uma pilha de entulho de cerca de três andares de altura. Uma nuvem de poeira se espalhou por uma área enorme, fazendo as pessoas do entorno correrem imediatamente na direção oposta.

Aqui, um link para o Architects & Engineers for 9/11 Truth, com horas de especialistas falando sobre o colapso dos edifícios (legendado).

Aqui tem um vídeo das pessoas correndo da enorme nuvem de poeira.


Neste vídeo, é possível ver o começo do colapso claramente.


E neste, que está invertido, uma nuvem de poeira se transforma no World Trade Center 1.


Ou seja, na realidade, os aviões foram uma distração...
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