Em julho de 2015 eu escrevi
uma coluna no jornal Hora do Povo sobre o Office of Entertainment Liaison (Escritório de Relações de Entretenimento, numa tradução livre) do Departamento de Defesa dos EUA. Esse Escritório foi alvo de um processo de acesso a documentos iniciado por Tom Secker, do site
SpyCulture, que obteve um grande número de documentos até então inéditos. Na coluna, eu escrevi:
Esse escritório funciona da seguinte maneira: quando um produtor de TV, de filmes, de videogames, etc., quer fazer algo sobre os militares, esse escritório pode ser contatado para conseguir ajuda. Recentemente, dois pesquisadores obtiveram deles documentos internos – inéditos até então – que revelam a extensão do relacionamento do Pentágono com o mundo do entretenimento.
(…)
Essa remessa de documentos é o pontapé inicial para se aprofundar nessa relação ambígua entre o Departamento de Defesa e a indústria do entretenimento. Neles não há nada sobre os acordos em si, ou seja, uma descrição do que exatamente foi pedido que o diretor X ou Y modificasse na sua obra em troca de colaboração. Outro aspecto notável do documento é que todos os nomes dos militares foram retirados do documento – ninguém pode ser contatado para uma entrevista, por exemplo.
Semana passada, isso mudou. Um
novo artigo de Tom Secker e Matthew Alford detalha suas investigações sobre mais 4.000 páginas, inéditas, de documentos do Pentágono e da CIA sobre o assunto. Desta vez, há detalhes sobre os pedidos de alteração dos roteiros. Segundo os autores,